Davinópolis – Os assadores de Castanha de Caju que exercem há duas décadas a atividade próxima à unidade prisional de ressocialização de Davinópolis denunciam que estão impedidos de trabalhar por conta da ameaça de morte feita por um agente penitenciário conhecido por Cleber.
Um grupo de castanheiros denunciou o caso nessa terça-feira (28) à Câmara Municipal de Davinópolis.
Os assadores de castanha também solicitaram a intervenção do prefeito Ivanildo Paiva que solicitou providências à diretora da unidade prisional Cleonice de Sousa Ferreira.
O vereador Orlando Cunha da Silva, o Silas, considera grave a ameaça de morte feita pelo agente penitenciário aos castanheiros que trabalham próximo ao presídio, principalmente ao trabalhador Nascimento Pereira Gomes que chegou a registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia de Davinópolis.
“Decidimos, após ouvir os relatos dos trabalhadores, formar uma comissão de vereadores para solicitar nessa quarta-feira (29) providências à diretora do presídio Cleonice Ferreira”, disse ele, que repudiou a ameaça feita aos trabalhadores que lutam pela sobrevivência assando castanhas de Caju.
O vereador Josivan Sousa dos Santos, que na época se manifestou contrário à construção do presídio, lembra que esse problema chegou ser debatido com os representantes do Judiciário e do governo do Estado. “Nós defendemos que o governo estadual, em parceria com o município, viabilize uma doação de uma área para os assadores de castanhas”, propôs.
Ziva, como é mais conhecido, alerta que o impasse entre os agentes penitenciários e castanheiros pode se transformar em “linha de guerra” devido à proximidade da atividade de ambos em Davinópolis.
“Essa nova área também precisa ser afastada das residências, pois sabemos que a fumaça da castanha de Caju causa doenças, inclusive para os manipuladores”, lembra.
A diretora da unidade prisional Cleonice de Sousa Ferreira, que após a sessão ordinária conversou com os vereadores, disse que recebeu ligação do prefeito Ivanildo Paiva solicita providências para que o conflito fosse revolvido. “Garanti que o caso seria resolvido, mas pra minha surpresa o agente Cleber teria ido novamente até aos castanheiros e, segundo o senhor Nascimento, teria feito ameaças de morte”, conta.
Ela lamentou pelo ocorrido e disse que não compactua com esse tipo de comportamento do agente penitenciário, onde encaminhou documento ao órgão superior em São Luís. “Os presos que ficam próximo ao muro reclamam da fumaça, mas isso acontecendo somente quando o vento trás essa fumaça para dentro do presídio”, diz.
Cleonice Ferreira afirma ainda que “em nenhum momento não autorizou, nem tampouco incentivou algum servidor a fazer ameaças aos castanheiros que trabalham próximo a unidade de ressocialização de Davinópolis”. “Falei com o secretário-adjunto da Sejap, Fredson Maciel, onde relatei os fatos o agente penitenciário Cleber será encaminhado para São Luís”, concluiu.
Por Gil Carvalho
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