
O cientista político Marcos Coimbra, diretor do instituto de Pesquisas Vox Populi, disse nesta terça-feira, durante o XXVI Fórum Nacional, que as manifestações de rua tendem a ter um pequeno impacto nas eleições deste ano, porque o apoio e o interesse da população nos protestos caiu muito de 2013 para cá.
De acordo com as pesquisas do instituto, de um ano para outro, o percentual da população que apoia o movimento caiu de 50% para 20%.
- Em comparação com o que houve em 2013, o cenário mudou. O entusiasmo diminuiu, a curiosidade diminuiu e a próprias manifestações diminuíram.
Isso pode voltar, é possível, mas, em junho do ano passado, havia quase 2 milhões de postagens sobre o assunto nas redes sociais e hoje esse número caiu à menos metade.
Segundo ele, a mudança aconteceu por causa da violência que tomou conta dos movimentos, sobretudo após a morte do cinegrafista Santiago Andrade, em fevereiro deste ano, após ser atingido por um morteiro durante um protesto no Rio.
- A gente vê claramente que depois da morte do cinegrafistas da Band, o nível de desaprovação aumentou. E o que nós estamos vendo agora com essas manifestações de sindicato, como a que está hoje acontecendo no Rio, não é a mesma coisa de 2013. Agora há um conjunto de categorias profissionais, sindicatos e centrais que estão apresentando suas reivindicações.
É diferente de 2013, que não tinha quase nada a ver reivindicação sindical.
Segundo Coimbra, o apoio às manifestações vem caindo mês a mês e a tendência é uma redução nos riscos de novos protestos.
- Se a gente tomar por base esse conjunto de indicadores parece que nós vamos ter um período de manifestações menores, mais limitadas e com um recrutamento entre pessoas que tenham uma militância definida e com menos impacto eleitoral.
A chance é menor, não quer dizer que não vai haver, mas devem ser grupos menores, mais organizados. Agora, aquelas grandes manifestações como tivemos em 2013, o quadro parece não indicar - disse o diretor do Vox Populi.
Fonte: ORM
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